sábado, 25 de agosto de 2012

Contos de horror


Por Pamela Daiane Molina Sobrinho.

A noite estava congelante,o vento balançava fortemente as árvores,causando um breve calafrio em seu corpo.
O relogio apontava a meia noite que chegava com um silencio perturbador e uma ansiedade voraz.
Deitada,com as luzes apagadas ela tentava sem sucesso desviar-se dos confusos pensamentos que a mantinham acordada com a mente cansada e seus boc
ejos longos.
-Perdoe-me por isso...-Ela sussurrou para a escuridão incessante.-Eu o amei,amei quando meu próprio coração se concentrou em não criar laços com esses...humanos...Então me perdoe alma.
As lágrimas brotavam em seu rosto enquanto ouvia-se ao longe a sirene da morte.
-Amar,pois bem,amar...Maldito amor!
Ela se levantou em passos calmos e seguiu para o banheiro que era a porta ao lado.
(...)

terça-feira, 21 de agosto de 2012

A Escuridão


A escuridão,sobretudo,era meu ponto mais fraco.
Nunca a temi,acreditando que ela era o motivo de meus pesadelos sombrios,muito ao contrario,ficar no escuro era um deleite para minha alma assustada e perdida em suas próprias dúvidas angustiantes.Ao escurecer minha mente se acalmava,deixando que a claridade fosse a culpada das minhas crises de abstinência.
A escuridão era a saída em casos urgentes quando se tratava de ser posta em uma camisa de força.
Talvez todo mundo em casa estivesse mesmo pensando que eu precisasse passar  por um psicólogo e em ultimo caso por um psiquiatra caro e bem competente,mas eu sabia que isso passaria,por mais que demorasse a passar,mas,enquanto não passava,eu permaneceria trancada em meu quarto com a luz apagada,o abajur desligado e as janelas fechadas.
-Pâm...Saia daí ?
Detestava ignorar minha mãe desconsolada tentando me consolar,mas isso só pioraria a situação.
-Ei mãe...-Disse baixo com todas as forças que consegui e todo folego que me restava.-Ela se foi mãe,ela me deixou mãe...
E tentei estancar o choro derretido e amargo,fracassando ao me lembrar de seu belo rosto e de sua mania de fazer cócegas em meus pés.
-Tem alguém aqui que quer te ver...
A voz de minha mãe estava acompanhada de tanto nervosismo que todo o meu corpo tremeu.
-Não quero ver ninguém...
-Pâm,não seja assim...
Juntei meus pedaços e me levantei sem muita vontade,evitando que minha consciência me cobrasse isso depois.Destranquei a porta lentamente e,com seu rangido,ela se abriu.
Não acreditei na hora que olhei diretamente em seus olhos e senti seu brilho invadir os meus.Olhos de quem tinha muito a me dizer,mas que perdeu toda a reação a se deparar com meu estado amargurante.Olhos verdes e cheios de vida.A vida que faltava em mim.
-Você...-Foi tudo o que consegui dizer.
Era ele.
Estava com um sorriso desajeitado nos lábios, me olhou de cima a baixo temendo minhas olheiras inchadas com minha pele pálida e me deu um abraço inesperado,tão confortante que meu lado forte sentiu vontade de ceder e se render mais uma vez a suas doçuras gentis.
Não pensei em mais nada.
Chorei pesadamente em seus ombros,desejando que aquele momento não fosse um sonho,ou que pelo menos eu não acordasse.Ele me pegou em seu colo e se sentou em minha cama deixando que minhas lágrimas fossem as únicas coisas a atrapalharem o silencio.Minha mãe acendeu a luz e me encarou com um olhar puro de mãe preocupada.Ele fez que sim com a cabeça para ela e ouvi seus passos saírem devagar encostando a porta do quarto.
Senti seus dedos tocando meu rosto e jogando meus cabelos para trás.
-Seus cabelos continuam tão lindos...
Passou as mãos em meus cabelos suavemente desembaraçando os fios e depois as desceu no contorno de minha boca.
-Você está tão...destruída.
Ele falou cada palavra com uma certeza perspicaz,me causando um calafrio.
Engoli o nó da garganta e contive o soluço.
-É,estou...
Confirmei e me levantei de seu colo.
-Você não deveria estar aqui.
-É,talvez não deveria,mas estou...Talvez não deveria muitas coisas,mas o que está feito Pâm...-Ele respirou e abaixou a cabeça.-Está feito.E ninguém pode mudar.
Me sentei no chão e reclamei da claridade da lâmpada suspendendo o escuro agradável.
-Sai do chão Pâm...
-Não.Está bom aqui.
Cruzei as pernas e prendi meus cabelos em um cóque com o elástico que envelhecia em meu pulso direito.
-Quis dizer,levante-se.Levante-se dessa depressão.Sei que não é fácil,ou talvez eu não saiba,mas pare Pâm...
Eu havia decifrado suas palavras,mas não queria aceita-las.
Não havia mais alma sem ela.Não havia mais nada sem ela.E somente eu entendia isso.
-Segredos meus...
Confessei a ele sem erguer  minha cabeça.
-Eu sei.-Ele respondeu e ouvi suas feridas sangrarem por saber que havia perdido muito da minha vida enquanto ela havia caminhado sem sua supervisão.
-Não você não sabe.
-Ei Pâm,foi você que me mandou embora,mas estou aqui agora.Sei o que te causei,acredite eu sei,sei e me arrependo,mas estou de mãos atadas Pâm,de mãos atadas sem seu perdão.
Me levantei e o encarei secando as lágrimas na camiseta velha e desgastada.
-Eu te perdoei.Perdoei.
Ele se levantou da minha cama e passou as mãos em minha cintura me puchando para mais um abraço meramente obstinado.
-Me solte!
Tentei ficar irritada com sua teimosia mas nenhum de nós nos renderíamos aquilo,porque ele sabia que aquelas palavras só demonstravam o quanto eu ainda temia ama-lo,e o quanto,mesmo temendo,ainda o amava.
-Não vou te fazer mal.-Sussurrou em meu ouvido e soltou meus cabelos tentando ajeita-los.-Eu sinto muito porque ela se foi e eu nem pude estar do seu lado,mas essa dor vai passar,eu prometo.
- dizer não é nada ,pare de dizer!-Fechei meus olhos e dei permissão ao seu cheiro entrar por minhas narinas.-Não vivo de palavras.
-Ninguém vive.-Ele concordou.-Mas no momento,as palavras são o que eu posso oferecer para te confortar.
Minha mãe entrou no quarto abrindo as janelas e as cortinas,sem se importar com minhas reclamações.O s raios do sol bateram fortes em meus olhos,me causando uma repulsa da dor que logo despertaria novamente dentro de mim.
-Vamos,acorde sua preguiçosa!.Ouvi a voz da Miriam soar em meus ouvidos com o mesmo jeito de abrir as cortinas e alegrar meu dia com seu sorriso.Minha cabeça ficou zonza e eu me soltei nos braços dele tentando evitar as memórias,e,percebendo que isso não surtiu em efeito algum,corri em direção a janela e fechei as cortinas com lágrimas escassas,aquelas que só rolavam quando minha alma gritava com raiva da morte.
(...)
Ideias?Sugestões?Aceito todas aqui nos comentários galera.
Até mais caros leitores.

domingo, 12 de agosto de 2012

-Sim,eu tentei.E agora estou aqui,esperando que a minha vida me deixe em paz.-Bela tentativa a sua.O que foi ? Vai tentar enterrar tudo agora?Desistiu ?-Talvez...Abaixei a cabeça e suas mãos deslizaram em meus cabelos,me causando um desconforto.Eu havia desistido antes mesmo de tentar,por esperar o doce fracasso escorrer sob minha garganta.-Tudo já deu errado.Ele me encarou com pavor,como se não acreditasse em minhas palavras.Em certo momento,parecia estar trabalhando com meus pensamentos,minhas lágrimas,minhas lastimas.-Não desista? - Eu falei baixo enquanto desviava o olhar.-Não desisti de nada,nem queria ter tentado.E não queria mesmo.Questão de defesa,não de egoísmo.-Apenas vá embora,carregue este sentimento consigo e o enterre em algum lugar.Dei de ombros para seu olhar de reprovação e fingi estar bem.Fingir ultimamente era a saída para a amargura sufocante que todas as noites me tirava o sono.
(...)

terça-feira, 19 de junho de 2012

A carta - Ultima parte


Decidi me entregar as lembranças doces e esquecer as ruins.Eu sofreria no outro dia com elas,mas precisava alimentar minha alma com algo que eu sabia não ser bom,mas que era necessário.Eu te amo,sussurrei baixinho enquanto me levantava e apagava a luz para me encolher debaixo de duas cobertas.
Olhei para o celular e eram 4 horas da manhã,meus olhos estavam pesados mas eu pensaria nele resistindo ao sono.
Eu precisava pensar,e,aos poucos,me lembrava de nossos momentos que pareciam ser eternos.
Comecei a sussurrar bem baixo para a madrugada:
Sua pele era macia,bem clara e rosava suavemente quando ficava envergonhado..Era mais alto que eu e bem encorpado,com cabelos bem curtos lisos e olhos verdes bem claros.Admirava sua aparência sem metidez,mas com uma simplicidade que cativava qualquer mortal.Costumava olhar no fundo de meus olhos e entender minhas carencias,minhas mágoas.No começo do namoro me prometeu que mudaria o que tivesse de mudar para me fazer feliz.E mudou,mudou muito por mim.Pena que nada foi real.Quando eu tinha cólica ele me carregava em seu ombro até o hospital,dando de ombros para minha ignorância de querer ficar morrendo de dor em casa.Sua mãe me odiava por motivos que até hoje desconheço,me chamava de Menininha meiga sem graça e ele me defendia com unhas e garras,dizia que a verdadeira mãe era a avó dele,que sempre cuidou e fez seus gostos.Ele sorria quando eu brigava sem razão e chorava quando me dava motivos para romper tudo...
Meus olhos foram se entregando para o cair da noite e antes de adormecer pensei repetidamente:
-Sinto sua falta...Do seu lado bom...Sinto sua falta de quando você me fazia feliz..

Acordei com um nó na garganta incondicional e desprezível,aquelas lembranças haviam me destruído moralmente,já sabia que o arrependimento chegaria mas imaginava que ele ao menos esperasse eu tomar um banho e escovar os dentes.Me encolhi toda na cama com medo de ler aquele papel em cima da mesinha e minha situação ficar ainda pior.
Sempre tentava ser corajosa fingindo não temer a nada,sendo tremendamente hipócrita e maldosa comigo mesma,porém meu fingimento não era tão grande a ponto de pegar aquele papel na mão novamente.Tudo que escrevi para ele aprofundava minha alma no meu abismo oculto e não havia motivos para ler,simplesmente daria um jeito de fazer chegar em suas mãos sem que eu tivesse de encara-lo de novo.Não pretendia voltar correndo para ele por mais que quisesse,mas ele precisava saber que sua dívida com minha vida estava paga da pior maneira possível.Sentia que não havia perdoado ele pelo que aconteceu,mas alguma parte de mim insistia para que eu passasse por cima disso e assumisse meus sentimentos bons.
Bons não para mim,e no exato momento,não sabia mais se seriam bons para ele.
No dia em que tudo terminou minha noite foi terrível.Me tranquei no quarto e me acabei de chorar,como uma criança quando sonha em ter algo e seus pais não podem dar.Chorava pesadamente a ponto de causar dó em qualquer um que ouvisse meus suaves gritos de desespero que se escondiam no profundo de minhas lágrimas.Desliguei o celular pois se ele ligasse eu atenderia e o receberia de portas abertas para mais uma vez estragar meu sorriso sincero,ele ligou várias vezes e deixou recados imensos na caixa postal com uma voz de choro e arrependimento,mas ele não era mais o meu namorado,aquele que dizia me amar,algo nele havia mudado,mudando também meu conceito de com quem eu havia me envolvido há tanto tempo.
Sacudi a cabeça e me levantei da cama destrancando a porta.Olhei no celular e definitivamente precisava lavar meu rosto e tentar me recompor.A hora não para mesmo,reclamei baixinho e saí correndo para o lavatório do banheiro.
O relógio beirava meio-dia e eu sabia que havia extrapolado na noite passada indo dormir muito mais tarde do que era acostumada.Me sentia uma adolescente rebelde fazendo o que seus pais abominam,mas,sobretudo,havia sido bom desabafar.
As vezes conversar com alguém nem sempre ajuda,mas conversar consigo mesmo acalma os medos constantes.O cansaço por dormir tarde me livrou dos pesadelos com aquela garota de preto,ao menos mais uma noite em um sono pesado e tranquilo,fingindo que minha vida não era um mar revolto,não era só problema e coisas lamentáveis.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Ligação





O telefone de casa tocou me despertando do breve sono que se arrastava com o silêncio da casa.
Dei um pulo do sofá e olhei para o relógio.
-Onze e meia da noite já...
Levantei empurrando a coberta pro lado e segui para o telefone com as luzes apagadas.
-Alô? - Falei com a voz meio sonolenta e preguiçosa.
-Hun...Pâm?-Era uma voz de homem.
A única voz que era capaz de mexer com minha psicose alheia,que despertava meu pavor só de soar em meu ouvido.
Tremi com sua incerteza e seu tom choroso.
Era ele.
-Sim,eu sim...Oi...
E nós dois nos calamos.De repente não se ouvia mais nada.
Com um calafrio perturbador tentei não entregar minha alma se corroendo por sua falta.
-Eu não devia te ligar sei disso...-Ele falou tão baixo que grudei meus ouvidos ao telefone para entende-lo.
-É,não devia...
-Me desculpe por tudo que eu te fiz Pâm,me lembro de você e me pergunto porque tem que assim...
Fiquei tremula e em choque.Queria não sentir nada com suas palavras,mas meu coração  e minha cabeça trabalhavam juntos para que eu saísse correndo para seus braços.
-Sabe que te perdoei...
-Só me responda Pâm...-Ele mudou seu tom de choro e pronunciou cada palavra com um carinho tremendamente plausível.-Não se lembra mais de mim?Não sente minha falta?
Deixei escapar uma lágrima de meus olhos.
É claro que lembrava dele,ultimamente minha vida era isso,lembranças e lembranças de tempos que não voltariam mais.
-É claro que me lembro...
Engoli o nó da garganta e me fiz de corajosa.
-Eu penso em você Pâm,as vezes me bate tanta saudade que parece que vou morrer se você não voltar...
-Eu não voltarei,sabe disso...
-Pâm,eu prometo te fazer feliz...
Mas ele me fazia feliz só de respirar e existir,sua companhia não se encaixava mais em minha vida por mais que eu necessitasse dela.
-Toda vez que acordo é a mesma coisa.Medito sobre minha vida pouco desejavel,penso em meu martírio e derramo minhas lágrimas...Eu penso em você todos os dias depois de tudo que você me fez,penso como se nunca tivesse feito nada,penso como se não tivesse deixado a minha vida um mar bravo e feroz.
Alterei meu tom de voz e me acalmei quando seu amargo suspiro me fez querer engolir minhas palavras nem um pouco sutis.
-Sei o que te fiz,e é uma pena...
Ele consentiu e desligou o telefone.
Senti todo o meu sangue ferventar.
Não por raiva,mas por perceber o quanto era desprezível magoar alguém,não importava o que ele havia feito comigo,mas magoa-lo como ele me magoou foi simplesmente querer ser como ele.
E eu não era.
Larguei o telefone e desliguei a televisão pegando minha coberta e subindo as escadas com as lágrimas escorrendo e a dor gritando tenebrosa dentro de mim.

Introdução / Primeira parte


Eu era feliz,até onde sabia o que era felicidade.
Era junho e o inverno tomava conta da minha cidade pequena.
Nova Odessa era um lugar calmo,onde não se encontrava muitas pessoas fora de suas casas,e,com todo o vento gelado que insistia soprar raramente se via alguém caminhando pelas ruas.As poucas que saíam estavam sempre de carro com o aquecedor ligado e vidros fechados.
Eu tinha uma família que cuidava demais de mim,como se eu fosse uma criança totalmente dependente dos pais e da irmã mais velha.Tinha primos maravilhosos,que faziam tambem o papel de amigos,considerando o fato que eu não tinha muitos.
Uma garota com dezoito anos deveria escolher a dedo em quem confiar plenamente,e eu sempre fui assim.
Tinha somente uma irmã que já era casada e morava em outra cidade;quase todos os domingos do mês ela ficava na minha casa,mas a falta que ela causava era incondicional.Com seus vinte e cinco anos de idade ela vivia bem com seu marido e nem pensava em filhos.Ela estava realizada.
Minhas programaçoes de finais de semana convinham ficar em casa.
Não era como a maioria dos jovens da minha idade.
Eu era diferente.
Era calma e um bom livro me fazia bem.
As vezes,nos dias mais gelados,chuvosos e cinzentos deitava no sofá debaixo de um cobertor quente e procurava algo na televisão sem muito interesse,buscando apenas tirar cochilos e descansar da minha rotina semanal.
Costumava sorrir ao lembrar de meus sonhos doces.Sonhava com coisas boas.
Mas isso mudou com a decepção feroz que sofri com meu ex namorado há pouco tempo.
Os sonhos bons se foram.
Mas gostava de sonhar.E sonhava muito.
E com os sonhos me vieram pesadelos.Não qualquer pesadelo,como aquele que todo mundo tem de estar caindo em um  buraco sem fim e acordar ao desespero.
O verdadeiro pesadelo,aquele que aos poucos vai te amedrontando.
Eu precisava dormir.Precisava dormir e sonhar.Eu acordaria de qualquer forma,mas,ao acordar,era a realidade que eu temeria.


-Lembrei-me do quão forte a lua brilhava,da brisa que suavemente tocava minha pele.Abri os olhos com um certo arrepio daquele vento uivante,que balançava fortemente as árvores.Olhei ao meu redor..Não conseguia pensar em nada,mas minha mente se perdia em tudo...Olhei para o céu rapidamente e avistei uma bela lua que brilhava forte,mas que não espantava a escuridão incessante.Ela me lembrava algo...Me lembrava de meus assombros particulares,mas não me dava medo;me lembrava de sonhos doces,não de pesadelos perturbadores...
-A mente que pensa e os sentimentos que aos poucos se destroem.-Cantarolou a Miriam com tom de sarcasmo.-Você e sua sutil psicose.-Ria baixo enquanto saía do quarto com passos calmos.
-Ei Mi..-Levantei da cama e encarei a porta,esperando que ela voltasse e me desse atenção.
Em segundos ela encostou na porta e fazia uma trança em seus cabelos longos e negros.
-Ando tendo esse sonhos todos os dias .Sempre o mesmo sonho.
Lancei um olhar de medo em direção dela.
-Será que é porque eu estou triste,ou mal,ou angustiada,ou...
Ela me interrompeu.
-Se está tudo isso...Pare já!-Ela parecia me implorar por isso.-Ninguém merece suas lágrimas nem seu sofrimento...-Ela falava alto e rápido,como se quisesse abrir minha cabeça e plantar cada palavra de sua boca em minha mente.-Ele deve estar sorrindo enquanto você está se afundando...Ei Pâm,sonhos são só sonhos lembra?Foi voce mesma que me ensinou isso...
Abaixei minha cabeça e fiz que sim com ela.
-Prima..-Ela vinha em minha direção e abria um sorriso gentil.-Já faz uma semana hoje que vocês terminaram.
Pegou minhas mãos e deu um suave beijo em minha testa.
Olhou no fundo dos meus olhos,como se eles contassem um segredo.
-Está na hora de seguir sua vida.
Me arrepiei com suas palavras.
Ela me soltou e saiu do quarto encostando a porta.
Ouvi seus passos pelas escadas.
Senti seu silencio doce e vazio.
Deitei novamente em minha cama para pensar um pouco sobre coisas que eu andava fugindo.
Fazia uma semana que eu havia terminado com ele,depois de dois anos ao seu lado.Eu sabia que existia muito dele dentro de mim,mas não aceitava aquilo.
Não contei para ninguém meu motivo.Dei desculpas ridículas para todos da minha família,que sempre apoiaram nosso namoro e achavam conhece-lo bem,mas,nem eu mesma conhecia.Terminei sem olhar para trás,e carreguei comigo a parte boa que encontrei nele para nunca me lembrar de seu lado frio e calculista.
Aqueles sonhos não me incomodavam,mas me causavam saudades dos alegres que eu costumava ter.Sempre o mesmo sonho,no mesmo lugar,estava começando a mexer com meus pensamentos.
-Vai ficar aí para sempre tendo surtos?Quer conversar?
Minha prima me fez voltar ao presente batendo fortemente na porta.
-Acalme-se estou bem...-Sussurrei levantando da cama.-Já vou.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Feliz dia dos namorados caros leitores,

Amar é algo suave como pétulas de uma rosa com espinhos tomando conta  do jardim florido e cheio de vida.
É algo inexplicável como o por do sol e o crepúsculo da tarde se formando ao longe.
O amor talvez tenha perdido a essencia para muitos,mas,para os verdadeiros humanos ele ainda é um sentimento puro,talvez,o único sentimento puro que exista.
Então leitores,tentem sentir de verdade o que é o amor e tentem entender que ele,diferente do que dizem,verdadeiramente não caminha com o ódio.
Nada é para sempre,mas isso não nos impede de tentar.