segunda-feira, 21 de maio de 2012

A doce e suave morte

-Talvez algum dia você me perdoe...Me perdoe e supere tudo que aconteceu em sua vida.Talvez você encontre  alguma esperança.Eu espero que você encontre.

Na minha caixa postal só havia ligações dele.Eu deveria trocar de chip.Deveria mas não queria.Eu havia perdoado ele,mas ele não precisava saber disso.
Minha dor era muito maior que todo mal que ele havia me causado.E a dor parecia nunca querer passar.
Eu desejava que aquela dor não passasse de alguma forma,pois ela me mantia viva em um amor que nem a morte havia sido capaz de levar,embora este era o ponto.Eu estava viva,mas parecia não estar.
As lembranças não haviam sido enterradas,elas dançavam alegremente em meu jardim de lembranças.O vento surrupiava e as rosas soltavam suas pétulas.A dor não existia em meu jardim oculto,ela era suave como a brisa gelada,ela era bonita como rosas vermelhas e ela não era voraz como a realidade que eu não queria encarar.
O sepulcro,bem,ele não significava muito.
A morte chega com pressa,devasta a vida e vai embora com aquilo que amamos.
E eu sabia disso.
Sabia mas não aceitava.
Não me sentia viva,mas infelizmente estava.Sentia o ar entrar e sair de minhas narinas,sentia minha pele quente.
Sim,eu estava viva por fora.
Mas havia sido devastada por dentro.

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