domingo, 20 de maio de 2012

Pesadelos


A lua brilhava forte e a chuva não caía mais.As nuvens abriam espaço para aquela lua cheia.Mas,ainda com tanta claridade daquele céu azul e límpido não se via muito em meio a escuridão.A brisa gelada soprava minha pele me causando arrepios,então fechei o zíper do velho casaco de dormir e vesti sua toca.Eu não conseguia falar nada,minhas palavras não saíam,minha voz não estava comigo.Meu medo era incondicional,me causando tremor.
Continuei parada ali,e avistei um balanço ao longe.
Em passos lentos e leves,como se temesse onde estava pisando,andei em direção dele.
Parei ao seu lado.Sua aparência era meramente gasta,já enferrujado e sem cor.O vento soprava forte,fazendo com que ele balançasse sozinho.
Ele parecia me convidar,e eu não pude conter meus passos,sentei-me no balanço e deixei que o vento guiasse meus pensamentos e talvez me levasse de volta pra casa.
Minha mente estava agitada,e ali,sozinha em meio a toda aquela escuridão,só me restava pensar e pensar...
Senti que minha voz tentava sair,e ao menos sussurros eu consegui emitir.
-Talvez o desejo que minha mente insana projetou um dia passe.-Sussurrava de cabeça baixa e os olhos fixos ao chão,que era como o lodo.-A felicidade talvez não exista ou simplesmente exige muito para ser encontrada.
Eu era terrivelmente fraca,e falha eu sei disso,mas eu tentei e só desisti quando minhas forças acabaram.
Pensava no meu ex namoro.íamos noivar e até as alianças de ouro já estavam encomendadas,era para tudo ter dado certo.
E eu não conseguia aceitar o fim,negando o simples fato que naquele dia eu mesma terminei tudo.Olhei no fundo de seus olhos e disse alto e claro como as águas do oceano,que de tão azuis reluzem :
-Acabou.Nunca mais chegue perto de mim,nunca mais por favor !
Aqueles palavras rodavam em minha cabeça,e sempre que eram lembradas me davam calafrios.Eu sofria a falta dele,e talvez me culpasse pelo conto de fadas ter virado uma história de horror,mas eu também sabia meus motivos de tirá-lo da minha vida.E sabia que não era uma breve saída,ou uma briga tola,era um ponto final para sempre.E nesse caso,o para sempre era no modo literário.
Naquele dia ele me olhou com o rosto enrigecido e sorriu levemente com um ar de ironismo,me deu as costas e voltou para sua casa como se aquilo nem ao menos importasse.Ele ainda me ligava,mas eu não atendia mais.Me mandava mensagens ou deixava recado na caixa postal,mas eu nem ao menos ouvia.
Eu precisava passar por cima daquilo,e ignora-lo já era um grande passo.
Pensava ao longe,sem mais me importar com aquela escuridão fria e indomável.

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