terça-feira, 22 de maio de 2012

A Vida não era a Culpada


Conferi debaixo da cama,talvez os montros só aparecessem no silêncio da noite.Me revirei e expulsei os pensamentos que me levavam a ele,e que aos poucos me causavam temor.Eu o amava,mas deveria deixa-lo partir,pois seu amor nao era mais meu,embora eu continuasse sendo sua,mesmo que ele não precisasse saber disso.
Os monstros então viviam em minha mente,e tentavam me avisar que a vida não era a culpada.
Respirei fundo.
-Tentarei dormir novamente.-Falei para mim mesma,sabendo que aquela era uma missão que exigiria muito esforço.-Não pensarei mais nele,não tocarei em seu nome...
Mas eu pensaria nele ao amanhecer,e só esqueceria dele quando a morte chegasse.
Levantei da cama e fui ao banheiro.Olhei para o espelho com medo de mim mesma.
Cortar os pulsos aliviaria o martírio,e por hora,era isso que importava pra mim.
Fiquei ali parada me olhando por alguns segundos e encostei a porta do banheiro.
Nada era como antes,tempos atras me julgava feliz até onde imaginava ser felicidade,pois pouco sabia dela.
Meus pesadelos não me assustavam mais,a realidade é que me atormentava.Parecia viver presa em um mundo monótono,no qual nada significa nada para ninguém,e eu não gostava disso.
Tantas pessoas me falavam para apagar as lembranças e tentar viver de novo,mas nem ao menos sabiam o que era viver de verdade.Lágrimas escassas derramavam por tantas coisas,e assim é o ser humano.
E eu era assim.
Chorava ao me lembrar de tudo que construí com mais de um ano ao lado dele.E ele estragou tudo isso com apenas um momento que marcou minha vida e que me traumatizou apavoradamente.
-Ja passou Pâmela...-Me diziam como se não tivesse sido importante a presença dele na minha vida,independente do que ele me fez.
-O que aconteceu de tão grave assim?-Me perguntavam freneticamente,com aquele tom de ignorancia e incerteza na voz.
Eu nunca havia contado pra ninguém o que ele havia feito,pois,de tão ingenua que era,não queria ver minha família  tendo raiva dele.Deixei na cabeça de cada um só o lado bom que ele tinha,e isso era o que realmente importava.

-Não queria...Acredite em mim Pâm,eu não queria ter te causado tanto mal...Naquele dia eu...
Essas palavras me davam calafrios.
Ele disse cada uma delas um dia depois de ter...
Eu não queria pensar nisso.Não queria e não pensaria,pois escondia isso até da minha alma aflita.
Olhei novamente para o espelho.
Refleti em minutos a minha vida inteira.
A morte ajudaria,me seria conveniente deseja-la,mas meus pais ainda eram meu bem maior.
Não deixaria que eles acordassem e encontrassem a filha debaixo de sangue morta dentro do banheiro.















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